nasceu no tranco
sobreviveu aos sismos
não vê seu abismo

nasceu no tranco
sobreviveu aos sismos
não vê seu abismo
sentiu um tranco
Tico falou morro
Teco ouviu barranco
rotina supermassiva
horizonte de eventos em xeque
cansei de ser espaguete
o corvo em mim grita
nevermore
Poe, de novo
gases, contração e calor
quanta energia pede esse parto
será que estrelas sentem dor
tal calendário
pétalas falam
seus dias murcharam
rio nada raso
meio cheia me esbaldo
pela metade, o copo é farto
sou feita de matéria gana
ânsias são minhas hemácias
choro o rio que não mana
precisar mais
precisando de menos
lição do tempo
sou a poeta-robô
nunca falo de amô
qué uma flô?