
sou fêmea de uma espécie singular
não, não sou do lar, sou multilugar
sou do mar, do luar, talvez um Avatar
às vezes pairo no ar
invento horas, amo e odeio o tempo
estico-me aos mil espaços que invento
gosto de ciência, maquiagem e filosofia
neurociência, dança do ventre e astronomia
literatura, adrenalina e carros
qualquer shot, livros e sapatos
tinto seco, beijo na boca e pimenta
Galileu, Vogue, mas Tititi não me entra
sou vaidosa, feminina e corro de salto
as minhas unhas eu mesma esmalto
amo ouvir e ler gente inteligente
homens sábios seduzem-me facilmente
preconceitos e fofocas me dão aflição
não gosto de falar palavrão, porque não
não cresci pensando em casar e ter filhos
estudei, batalhei e ainda encaro empecilhos
sou independente e carente só de conhecimento
gosto de flores plantadas e jantares à luz do vento
sou a parceira e não a mulher de alguém
sou mãe apaixonada e, do amor, dócil refém
Só você mesma, com todo o talento que possui, para se definir tão magistralmente em poema tão belo. Minha admiração é baseada no fato de eu não saber quem sou (e, às vezes, nem o que sou).
Estou adorando esse seu “mundo perdido”!
Parabéns!
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Obrigada, Narfe ❤
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