Hoje a vejo assim, destelhada,
Por intrusos fantasmas, habitada;
Nem de longe lembra a morada
Daqueles idos tempos felizes.
Morreu até o velho cipreste,
Que ela pintou da janela oeste,
Sob os sussurros da brisa leste,
Numa explosão de matizes.
Depois que a vida foi embora,
Surrupiando os risos de outrora,
Já não fulgura qualquer aurora
Nas águas mortas do pântano.
O tom onipresente da podridão,
Aumenta o vazio no meu coração,
Restando apenas uma breve noção
Dos áureos tempos de encanto.
(De Nardélio F. Luz)
Poema constante na contracapa do livro A Clausura de Kematian e outros contos insólitos.

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