Sou cúmplice do que escrevo.
Quem rabisca aqui, não sou eu.
É aquilo que tento esconder de mim….
A sílaba morta que engoli ha pouco,
No veneno do cale-se.
No cálice de gim.
A sutileza do psicopata,
perseguindo sua vítima
Estudando seus hábitos.
Sugando sua vida antes de furtá-la.
O que escrevo me mata a cada linha
Pega-me às goelas, enforca-me a garganta.
Lambe-me o pus.
Esconde o meu cadáver no quintal,
Prega uma cruz.
E espera o funeral.
(Anjos Urbanos)
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